Sociedade Epicuréia
- Renata Thabata e Yasmin Castilho
- 20 de jul. de 2016
- 2 min de leitura
“Ponto de encontro entre literatura e a vida, onde os jovens procuravam dar realidade às imaginações românticas.” – Antônio Cândido, crítico literário.
A Sociedade Epicuréia foi um grupo formado por boêmios estudantes da faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, criado durante a 2º fase do Romantismo, o Ultrarromantismo (conhecido no Brasil como mal do século), em meados do século XIX. Seus fundadores foram Álvares de Azevedo, Bernardo Guimarães e Aureliano Lessa, grandes nomes do Romantismo brasileiro.
Figura 1- Faculdade de Direito do Largo de São Francisco.
Tiveram como influência Lord Byron, poeta britânico, e Alfred de Musset, poeta francês, e com isso seus ideais eram baseados no gosto pelo mórbido, pessimismo, derrotismo, amores impossíveis, satanismo e fuga na morte. Tinha como objetivo “realizar os sonhos de Byron”, como citou o escritor contemporâneo José de Alencar, “todo estudante de alguma imaginação queria ser um Byron, e tinha por destino inexorável copiar e traduzir o bardo inglês”. Com isso, Lord Byron influenciou na criação literária estudantil da época.
Figura 2 - Lord Byron, retratado em uma cópia do quadro de Thomas Phillips.
O termo Epicuréia provém do nome Epíruco, filósofo grego, que tinha como teoria a defesa dos prazeres terrenos e do materialismo. Assim, em seus encontros a sociedade promovia cerimônias macabras com orgias nas necrópoles e regadas de muita bebida alcoólica e tabaco. Em geral, os jovens se reuniam à meia noite ou durante a madrugada em cemitérios, mais precisamente na Chácara dos Ingleses, para beber conhaque, fumar charutos e, quem sabe, falar sobre literatura. Por fim, a Sociedade Epicuréia, para alguns, foi um grupo que incentivou uma grande produção literária estudantil e até hoje não houve outro semelhante.
Comments