Macário de Álvares de Azevedo
- Renata Thabata e Yasmin Castilho
- 25 de ago. de 2016
- 2 min de leitura
Macário, obra de Álvares de Azevedo publicada em 1855, denuncia questões sociais e apresenta muitas características do Romantismo, movimento literário da época. A obra é uma peça teatral de caráter sentimental publicada posteriormente em forma de livro, possuindo uma narrativa dialogada, composição livre, e dividida em dois episódios diferindo-se da estrutura teatral em que se divide em atos.
Figura 1 – Capa do livro Macário de Álvares de Azevedo
Na obra narra o encontro de um estudante cético, sarcástico e entediado com Satã em sua viagem para São Paulo a estudo. Ele e Satã discutem sobre amor dando um caráter sentimental e pessoal à narrativa. A história se passa em dois lugares, Em São Paulo e na Itália, o primeiro episódio se passa em São Paulo e o segundo episódio se passa na Itália. Álvares adaptou uma São Paulo sombria, carregada de névoas e sombras, e uma Itália gótica e ideal para fazer germinar algo sobrenatural.
O primeiro episódio se dá pelo encontro do estudante com um estranho que logo se revela ser Satã em pessoa, a representação do mal maior. Satã o leva para um passeio por São Paulo povoado por mulheres lascivas, padres dissolutos, soldados ébrios e estudantes vadios e Álvares não perde a oportunidade de criticar os mesmos e a cidade. Macário tem alucinações envolvendo sua mãe e acorda assustado nu em um quarto de hotel, a empregada diz que ele dormiu comendo e Macário acredita que seu encontro com Satã não passou de uma alucinação.
O segundo episódio se dá por Macário em uma taberna na Itália conversando com outros estudantes sobre a vida e os amores, todos estão confusos e deprimidos em busca do amor puro, seu amigo Penseroso acaba matando-se por amor enquanto Macário está bêbado e é levado pelo Satã para um bar onde acontece o fim da peça com uma orgia.
A peça é contida por três personagens: Macário como personagem principal, um estudante de 20 anos perverso e cético, Satã e Penseroso, a “parte” de Macário sentimental, doce, crente, nacionalista, ufanista e idealizador. Contém características do Ultrarromantismo como a idealização da mulher, nacionalismo, sentimentalismo, pessimismo, subjetivismo, melancolia, tédio e gosto pelo macabro que se observa principalmente pelos diálogos de Macário com Satã, pela forma pacata de vida do estudante e dos habitantes da cidade São Paulo, pelas alucinações e pela morte por um amor idealizado.
Macário é uma das maiores e mais confusas obras de Álvares de Azevedo, diferente e impactante é um clássico pouco conhecido da Literatura Brasileira, para alguns críticos é vista como extravagante e sem sentido, para outros é tida como muito dramática e para uns é tida como uma obra genial e única. E como o grande crítico Antônio de Alcântara Machado descreveu este livro como "A literatura dramática brasileira perdeu em Álvares de Azevedo a sua maior esperança, talvez seu verdadeiro iniciador, capaz de fazer escola, com influência bastante para desviar para o teatro grande parte do pendor nacional para a poesia".
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